O Dr. Adriano Henrique Pereira Barbosa, cardiologista intervencionista da Unifesp e da Sbhci participou recentemente de uma audiência pública no Tribunal Superior do Trabalho em Brasília, visando a obtenção de informações técnicas para se avaliar a procedência da concessão de adicional de periculosidade a trabalhadores que lidam com radiação ionizante produzida por aparelhos móveis de Rx. A presença do Dr. Adriano nessa audiência deve-se à sua grande qualificação nesse tema específico.
O Dr Adriano falou à Sbhci:
Sbhci – Dr. Adriano, sobre o que versa sua pesquisa e quais as conclusões alcançadas?
Dr. Adriano – Durante o congresso de nossa especialidade em 2016, submetemos cardiologistas intervencionistas a exame do cristalino com lâmpada de fenda. Esse exame foi feito nos colegas que se voluntariaram para tal. Detectamos uma prevalência de 38% de catarata significativa nos cardiologistas intervencionistas, inclusive com o sub-tipo mais específico da exposição à radiação, o subcapsular posterior. Essa prevalência é significativamente superior à encontrada nos cardiologistas clínicos. Esse trabalho foi uma parceria entre a Unifesp e a Sbhci.
Sbhci – Esse trabalho foi mostrado na audiência? O sr acredita que essas informações serão levadas em consideração ao reivindicarmos o adicional de periculosidade para os profissionais de nossa especialidade?
Dr. Adriano – Tive a oportunidade de apresentar nosso trabalho na audiência, na condição de convidado e, a despeito dessa não ter sido específica para a cardiologia intervencionista, acreditamos que essas informações possam vir a servir de base para futuras demandas. A fase atual é de consulta às diversas associações de trabalhadores da saúde expostos à radiação, visando a elaboração de parecer pelo Tribunal Superior do Trabalho, em resposta a recursos repetidos sobre o tema. Após a emissão desse parecer, acreditamos que ações como a divulgação dessa pesquisa, bem como as que a Sbhci já vem realizando, farão que os cardiologistas intervencionistas, os profissionais que mais estão expostos à radiação ionizante, possam adquirir o direito de receber adicional de periculosidade de seus empregadores.
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