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Comentários do Dr. Pedro Lemos sobre estudo apresentado pelo Dr. Javier Escaned no PCR e-COURSE 2020


Dr. Pedro Lemos
Dr. Pedro Lemos

Comentários do estudo: Two-year outcomes of patients with revascularisation deferral based on FFR or iFR measurements, apresentado pelo Dr Javier Escaned, durante o PCR-e-COURSE 2020




Dr. Pedro, poderia comentar os principais achados do estudo?

Este é uma metanálise muito interessante, os dados foram analisados paciente a paciente dos dois estudos com quase 5000 indivíduos somados. Apesar de uma grande análise, os achados devem ser interpretados com cautela, visto que foi feita uma subanálise de dois outros estudos que não foram feitos originalmente com esse intuito, qual seja examinar o impacto clínico da FFR vs iFR na tomada de decisão. De qualquer maneira, os achados são interessantes e mostram, na minha maneira de ver, que não fazer angioplastia de pacientes crônicos guiado pela iFR é tão seguro quanto guiar-se pela FFR e valida o método para este cenário.


Existem algumas pequenas diferenças do ponto de vista estatístico, como o fato de a iFR indicar menos angioplastia em pacientes abaixo de 60 anos, comparado a FFR. Entratanto, volto a salientar, é uma análise de subgrupo do subgrupo de estudos clínicos que não foram idealizados para isso. São pacientes mantidos em tratamento clínico de FFR versus iFR, abaixo de 60 anos, então não podemos negligenciar o fato de estarmos diante um algo artefactual.

Na sua opinião, por que a avaliação por que FFR levou a mais revascularização em pacientes mais jovens (<60 anos)? Alguma mudança na prática clínica?

É muito complexo dizer o motivo, os autores ponderam que pode ser que tenha uma diferença do efeito da adenosina nos paciente mais jovens, o que leva a iFR a ter mais falsos negativos nessa população. A adenosina, teoricamente, agiria melhor nessa população. Há outras teorias também: pode ser que os pacientes mais jovens tenham mais sintomas, ou se queixem mais, ou tenham maior impacto na qualidade de vida pelos sintomas e isso motivaria a revascularização com mais frequência sobretudo nos pacientes com FFR borderline.


A mensagem principal e central do estudo é que a utilizar a iFR para postergar a angioplastia é tão seguro quanto utilizar a FFR. E essa diferença de idosos ou jovens é muito mais geradora de hipóteses e não acho que mudaremos na prática as indicações de iFR e FFR.

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